Orquídeas do Paraná - Marcus Rezende

Mais de 10 mil orquídeas e milhares de outras plantas fixadas em árvores através de fitilho plástico. Esse é o saldo de 18 anos em que Marcus Rezende cultiva orquídeas e epífitas nativas num sítio, a 900 km de onde mora, no Paraná. São 18 hectares, dos quais 12 de mata nativa de altitude com araucárias. Essas explicações foram dadas por ele, em palestra em nossa sede, no dia 25 de maio último, sobre o tema: Orquídeas no Paraná.
Além dos inúmeros gêneros de orquídeas (31 foram listados até agora), bromélias, cactos e outras espécies convivem em sua propriedade, que se situa a 1.000 metros de altitude, 60 km do mar, 30 da baixada marinha e 3 km do espinhaço da serra do mar.
As vantagens para esse tipo de cultivo são: não haver necessidade de adubação, de regas e de controle de pragas (em parte por causa do afastamento profilático de uma planta da outra e em parte por deixar que as plantas sejam forçadas a criar seu próprio sistema de proteção contra ataques).
Segundo Marcus, plantas trazidas de fora – compradas em orquidários ou ganhas – sofrem bastante no início de seu cultivo, demorando anos para se adaptarem, em parte ainda pelo metabolismo retardado causado pelo frio. O afastamento entre elas beneficia também, por não ser necessária uma quarentena. O fitilho deteriora em menos de seis meses e, após dois anos, encontra-se esfarelado, devido ao ultravioleta e fungos. Os fungos também inviabilizam as placas de identificação, que sempre são colocadas nas plantas compradas.
Outra dica de Marcos é diversificar suas posições em diversas árvores, variando a insolação, a umidade, a ventilação, a temperatura e comprar plantas com muitos bulbos, para possibilitar seu desdobramento.
Este plantio em árvores permite que ele economize tempo e dinheiro e evita a construção de orquidários. Como desvantagens, vêem-se florações menos bonitas, porém sempre gerando cápsulas, uma demora de suas primeiras florações e a perda de quase metade das plantas compradas - por escolha errada de local de fixação.