VIROSE DAS ORQUÍDEAS
Francisco Assis Filho, PhD. - Virologista


Esta palestra tem como finalidade apresentar os kits para diagnóstico de viroses em orquídeas. Estes kits são produzidos pela Agdia e distribuídos em parceria pela Agrosystem.
A Agdia é uma empresa Americana de capital privado, fundada em 1981 e é líder mundial em diagnóstico agrícola. Está localizada próxima a Chicago e tem como propósito confirmar diagnósticos de doenças em plantas. Ou melhor dizendo identificar plantas sadias para multiplicação vegetativa, para exportação ou importação e para programas de erradicarão. Trabalhamos em pareceria com o produtor para a erradicação da doença.
PRODUTOS – Produzimos testes para detecção de vírus, viroides, bactérias, fungos, hormônios vegetais e transgênicos. Estes testes são do tipo ELISA, imunoblot, imunocromatografia, tiras, PCR, hibridização de ácidos nucléicos e testes biológicos.
Departamento de testes - Todos os produtos desenvolvidos são utilizados neste laboratório. Nós recebemos amostras do mundo inteiro.
AGROSYSTEM é uma empresa 100% Brasileira sediada em Ribeirão Preto – SP desde 1989 e trabalha principalmente na área de soja, mas atua em mercados diversificados. A vantagem desta pareceria é que a Agdia mantém contato com o cliente final. Assim se algum teste não apresentar os requisitos de qualidade para estar no mercado, temos retorno rápido e consequentemente as correções necessárias podem ser feitas.
VIROSE DE ORQUÍDEAS
São dois os principais vírus a infectar as orquídeas. O vírus do mosaico do cymbidium (CMV) e o odontoglossum ring spot (ORSV). Os sintomas geralmente são inaparentes, porém as plantas podem apresentar folhas com coloração anormal que se apresentam com manchas semelhantes a um marmoreado. As plantas têm um desenvolvimento lento e podem apresentar flores com a coloração alteradas ou deformadas. As viroses são detectadas mais facilmente na época da floração devido ao estresse. Estas viroses não se propagam ativamente nem pelo vento. É necessário que haja um ferimento na planta para que ocorra a penetração do vírus. Se não houver ferimento não há infecção. Estes ferimentos são produzidos durante o manuseio ou por picada de insetos. Não há cura para as viroses de plantas.
Esses vírus são transmitidos por propagações vegetativas (mudas), facas, tesouras ou tutores de madeira. Também podem ser transmitidos através de vasos reaproveitados, solo e pela mão do fumante e por contato entre plantas que provoque lesão. Os vírus raramente matam as plantas
Nos Estados Unidos pessoas que manuseiam plantas não podem trazer tomate na marmita, pois o tomate carrega vírus que podem infectar outras plantas. As ferramentas devem ser esterilizadas pelo fogo ou por leite a 10% (O leite possue enzimas que destroem o capsídio do vírus). A água sanitária a 5% é mais eficiente em fungos e bactérias.
RECOMENDAÇÕES PARA MANTER A SANIDADE DAS COLEÇÕES.
Não venda ou troque plantas doentes.
Adquira plantas comprovadamente sadia.
Isole plantas infectadas ou suspeitas das demais plantas.
Esterilize as ferramentas.
Não propague plantas doentes ou suspeitas.

Pergunta – Se fizermos uma fecundação a semente está limpa ou está virótica?
Resposta - A semente estará sadia, mas você propagará a virose para a planta receptora sadia. A semente deve ser obtida de cápsula seca para evitar o mínimo de contaminação.

PRINCIPAIS MÉTODOS DE DETECÇÃO

Métodos sorológicos

- ELISA (Enzime-linked immunossorbent assay) para grande número de amostras.
- Tiras (Immunostrips) para pequeno número de amostras.

Métodos moleculares (PCR) para a confirmação dos resultados.

Para colecionadores de orquídeas o teste de tiras é o mais adequado. É rápido, levando apenas 15 minutos para apresentar o resultado. Pode-se testar apenas uma planta se for o caso. As tiras ao vendidas em pacotes com no mínimo 5 tiras. Este kit é composto de um saco plástico contendo uma solução tampão onde se coloca a amostra a ser testada. Geralmente a folha. E então se faz o macerado. Após isto a tira é colocada no saco de maneira que a suspensão do macerado da folha seja absorvida. Podem ser detectados o vírus do mosaico do cymbidium e o odontoglossum ring spot.
São inimigos do teste: Umidade e a tira quebrada.

Caso o cliente não acredite no resultado obtido é só colocar a tira em um papel de filtro e enviar pelo correio para a AGDIA para ser feito um contrateste que geralmente é o PCR.
São vendidos pacotes com kits para 5, 25 ou 250 testes com validade de um ano, se mantido sob refrigeração.
Podem ser vendidos também apenas as tiras e o tampão em pó para ser preparado por quem vai utilizar. O pó vem na quantidade necessária para fazer 2 litros de tampão.