I
- Fotografando Orquídeas
Raimundo
Mesquita
Você pode,
basicamente e dependendo do seu propósito, fotografar orquídeas
de três maneiras:
1. Pela beleza
da flor ou da planta, o que poderíamos classificar como foto
artística, onde a finalidade é a imagem e sua qualidade
intrínseca, não a planta ou flor em si, mas a foto que
é uma obra de arte autônoma, inclusive pela liberdade de
criação do artista fotógrafo.
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Oncidium
crispum Olivaceum, fotografado aqui por R. Mesquita
que só teve o propósito de compor uma foto, com
observância de critérios de composição
pictórica, não levando em consideração
o conjunto e número de flores na haste, informações
que seriam importantes seja para fins botânicos ou para
julgamento. |
Estilização
em foto de Phalaenopsis, como se
fosse a hélice de um navio, na foto do artista
grego V. Sinopoulos, que autorizou a reprodução. |
Cattleya harrisoniana trilabelo, foto e cultivo
de Carlos Keller
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2. Para transmitir
conhecimento e noção botânicos.
É bem sabido que um dos critérios mais praticados de classificação
botânica ainda é o morfológico. Para isso a fotografia
pode trazer uma contribuição tão importante quanto
o desenho botânico que faz parte, como se sabe, da liturgia para
que um nome de planta se torne válido: descrição
ou diagnose (em latim); exsicata depositada em um herbário respeitável
e desenho botânico.
A fotografia pode e deve fazer parte desse arsenal.
Veja-se o exemplo de certos gêneros, como Oncidium (que,
aliás, tem seu nome derivado do grego ‘onkos’, que
significa calo, tumor, etc.), que tem um dos seus mais importantes caracteres
distintivos exatamente na composição, ou forma desses
“calos”. Veja abaixo, por exemplo, esses detalhes na foto
do Oncidium phymatochilum.
Foto:
R. Mesquita
Oncidium
phymatochilum |
Foto:
Carlos Keller
Bulbophyllum medusae |
3.
Com visão de juiz de Orquídeas.
Para o julgamento em concursos de orquídeas, uma boa coleção
de fotos é absolutamente indispensável, pois o julgamento
leva muito em consideração o confronto ou a comparação
daquela planta e suas flores com outras que já atingiram o que
se considera o padrão de beleza para aquele gênero e espécie,
ou para aquele híbrido.
A fotografia é o registro básico das condições
em que se encontrava aquela planta ao instante do julgamento e é,
por assim dizer, a "prova provada" das razões que levaram
à premiação: forma das flores, armação,
quantidade para aquele tipo de espécime, cor, substância
e textura, estado geral da planta, sanidade, entre outras caracteristicas
que levam à premiação.
Foto
e cultivo R. Mesquita
A
Blc. Goldenzelle ‘Lemon Chiffon” tem
um AM de 85 pontos da AOS.
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Foto
e cultivo: R. Mesquita
Laelia
(syn. Hadrolaelia, Sophronitis) purpurata flâmea
– num feliz cruzamento de Aldomar Sander, do Rio Grande
do Sul, reúne qualidades que atendem aos requisitos resumidamente
listados acima. |
Está
claro que a presente introdução ao mundo da fotografia
de orquídeas é, natural e inevitavelmente, limitada, nem
se pretendeu esgotar, aqui, o assunto.
Por uma questão de método tivemos que esquematizar o tema,
usando na classificação o critério de predominância.
É claro, porém, que você pode encontrar numa foto
artística informação botânica e, até
mesmo, taxonômica. Isto acontece quando estão presentes
grandes artistas da foto, como é o caso, por exemplo, de Charles
Marden Fitch e Greg Alikas, ambos da AOS, que são fotógrafos,
grandes conhecedores de taxonomia e biologia de orquídeas e juízes
da AOS. É o caso, ainda, de grandes fotógrafos brasileiros,
como Carlos Ivan, Sergio Araujo, Francisco Miranda, Manabu Matida e
Roberto Agnes, entre muitos outros.
É
sabido que o polinizador é atraido pela flor, mas orientado,
até as políneas, pelo labelo.
As fantasias de Sérgio Araujo, abaixo, sobre
híbrido de Cattleya e Acacallis cyanea
ilustram bem o que dizemos no texto sobre o que se pode "ler"
de informação, numa foto artística.
Foto:Sergio
Araujo |
Foto:
Sergio Araujo
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sobre esse e outros assuntos, como cultivo, combate a pragas e doenças,
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Em breve iremos tratar aqui desses temas, mas muito convencidos que
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