Ano 8- edição nº 5



NAS REUNIÕES

Palestras:

- “Prevenção e Tratamento de Pragas”, dia 10/08, pelo Prof. Dr. João Araújo, Inst. de Agronomia da UFRRJ.
O Prof. João apresentou uma abordagem geral sobre algumas pragas e infestações por fungos, bactérias e vírus que atacam as orquídeas. Enfatizou a importância de que em todo o cultivo deve ser feito um manejo adequado e integrado. Deve prestar-se atenção tanto às condições ambientais e de higiene nas estufas, quanto à nutrição das plantas, ao monitoramento da densidade dos insetos, à aplicação preventiva de defensivos com periodicidade controlada e obedecendo a uma rotação dos princípios ativos.
A eliminação de plantas contaminadas ou ao isolamento das mesmas em estufas de quarentena é essencial, assim como a limpeza dos instrumentos de trabalho.
Todos os fatores acima são fundamentais para um cultivo de qualidade.

-“Por que hibridar?”, dia 24/08, mesa redonda com Álvaro Pessoa, Carlos Eduardo Martins, Sandra Altenburg, Carlos Antônio Gouveia, Steve Champlin e Raimundo Mesquita como mediador.
Muito foi conversado e destacamos apenas alguns pontos discutidos:
1) Faz-se hibridação porque existe o constante interesse em novidades, para aprimorar algumas características desejadas ou para atingir alguns segmentos do mercado ou datas específicas.
2) No Brasil, a grande maioria das experiências de hibridação e cruzamento de variedades é com Cattleya e Laelia e muito pouco foi feito em outros gêneros.
3) Os projetos de hibridação em orquídeas demoram vários anos e a análise dos resultados alcançados anteriormente é peça fundamental para que o resultado desejado seja alcançado.
4) Para ser mais eficiente, é preciso prestar atenção aos acertos e aos erros em cada experiência.
5) Há um potencial enorme de estudo e pesquisa, inclusive refazendo-se híbridos antigos com plantas melhores.

-“Cultivo de Phalaenopsis”, dia 14/09, por Raul Sudré, da RJ Orquídeas.
Raul começou enumerando algumas características importantes do gênero que devem ser levadas em consideração para um bom cultivo: ausência de pseudobulbo, crescimento monopodial, precocidade e as condições dos habitats das espécies (alta umidade, temperatura entre 15 e 30°C e 75% de sombreamento).
Desde o início, a direção do orquidário optou por não usar xaxim e hoje usam uma mistura de brita n°1 + fibra de coco + casca de pinus, em vaso de plástico transparente. A deficiência de Cálcio e Magnésio na mistura é compensada com o uso de Nitrato de Cálcio e Phyto-Mag. A concentração de nutrientes varia com a envergadura da planta e nas plantas em crescimento é usada adubação com uréia.
Uma vez por ano as plantas são re-envasadas e, nesta ocasião, para diminuir os efeitos do stress, é aplicado Amino Plus.
Foram destacados como itens importantes no cultivo deste gênero: não permitir a secagem completa do substrato, o controle da umidade, a ventilação adequada, a densidade das plantas nas bancadas, a prevenção e o controle de doenças e pragas e a rotação dos princípios ativos dos fungicidas.
O palestrante salientou ainda que tomam todos os cuidados na prevenção ao vírus, combate a insetos vetores, eliminação de plantas contaminadas, limpeza freqüente das ferramentas e sua segregação após o uso.

-“Cultivo de Vandaceae”, dia 14/09, pelo Eng. José Alberto Senna.
Senna tem uma bonita coleção de Vandas em Angra dos Reis, ao nível do mar (quente e úmido). Para atingir este bem sucedido cultivo, estudou os habitats das diversas espécies (chuva, temperatura, umidade e luz) e observou a semelhança com Angra.
A luminosidade a que estão sujeitas, na natureza, varia de 2000 a 6000 “foot candle” e o ideal é que recebam 11 horas de luz/dia e que, no inverno, a luminosidade não diminua muito.
As plantas são regadas diariamente (às vezes até 2 vezes/dia), só deixando de sê-lo nos dias frios e chuvosos.
O material utilizado no chão da estufa retém água e a colocação de circuladores de ar junto ao teto é importante para propiciar a ventilação adequada.
A freqüência da adubação varia e, entre setembro e abril, sua concentração dobra.
Partindo do importante conhecimento da composição da água, ele adiciona Cálcio e Magnésio (nitrato de cálcio e sulfato de magnésio em soluções separadas).
Uma vez por mês usa Superthrive®.
Ele salientou ainda a importância de tomar todos os cuidados para que as raízes não se quebrem.

-“Plantas da Exposição Orquídeas na Primavera”, dia 28/09, por Delfina Araújo, Carlos Antônio Gouveia e Carlos Eduardo Martins.
Na reunião imediatamente após nossa exposição, foram apresentadas fotos de Sérgio Araújo mostrando algumas das plantas premiadas e outras de interesse dos colecionadores.
Foram feitos comentários sobre os méritos da premiação e fornecidas algumas informações sobre distribuição, habitats e cultivo, quando se tratava de espécie.