Ano 6- edição nº 1- janeiro/fevereiro de 2004





Curiosidades Orquidófilas



A primeira referência às orquídeas no hemisfério ocidental encontra-se no codex Badianus, um herbário asteca de 1552.
Este livro descreve que a baunilha (vanila) era usada como especiaria, como perfume e sob a forma de uma mistura chamada tlilxochitl, como loção para a saúde.
Os herbários da Idade Média e de épocas posteriores, notavelmente os de John Gerard e John Parkinson, publicados em 1597 e 1629 respectivamente, consideravam as plantas importantes apenas na medida em que fossem úteis aos homens.
No Herball de Ferard, as orquídeas são chamadas de "Satyrion feminina", porque a lenda rezava que estavam associadas aos sátiros.
Acreditava-se que as plantas eram o alimento dos sátiros e responsáveis por levá-los a excessos. Parkinson, farmacêutico de Londres e herbanário real de Charles I, no seu Theatrum botanicum, de 1640, disse que as orquídeas (chamadas por ele de Cynosorchis)
estimulavam a lascívia. Assim como os homens acreditavam que os destinos humanos estavam subordinados às estrelas, também acreditavam que as plantas exerciam poderes sobre a saúde dos homens porque certas folhas, flores e sementes assemelhavam-se a partes da anatomia humana.
Assim, se uma planta tinha uma folha que se assemelhava ao fígado humano, isto queria dizer que ela era indicada para remédios para doenças hepáticas. Se a flor tinha a forma de coração, ela poderia curar enfermidades cardíacas.


Extraído do livro ORQUÍDEAS, de João Kramer (Ed. Salamandra)